terça-feira, 3 de agosto de 2010

Gestão de micro e pequenas empresas

Entrevistado - Takeshy Tachizawa e Marília de Sant'Anna Faria
Em: 04/12/03
A técnica do SEBRAE/RJ Marília de Sant'Anna Faria e o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Takeshy Tachizawa são autores do livro Criação de novos negócios - Gestão de micro e pequenas empresas que foi lançado ano passado pela Editora FGV.
Autores de livros e especialistas em temas ligados ao mundo dos pequenos negócios mostram motivos que levam empreendedor a abrir o próprio negócio e ter sucesso. Nesta entrevista, a técnica do SEBRAE/RJ Marília de Sant'Anna Faria e o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Takeshy Tachizawa falam sobre o tema Criação de novos negócios - Gestão de micro e pequenas empresas, mesmo título do livro de autoria de ambos, lançado ano passado pela Editora FGV. Na obra, os autores apresentam conceitos e situações práticas sobre a criação de novos negócios e o gerenciamento de micro e pequenas empresas (MPEs) no contexto brasileiro. "Este tema ganha importância face ao rápido crescimento do número de micro e pequenos empreendimentos no Brasil e ao grande interesse do governo de valorizar e incentivar tais negócios", afirmam os autores.
SEBRAE/RJ - Qual a importância dos pequenos negócios para a economia do país? Autores - A representatividade e a força das MPEs podem ser traduzidas em números. São 4,5 milhões de estabelecimentos; 48 % da produção nacional; 98,5 % das empresas existentes no país; 95% das empresas do setor industrial; 99,1% das empresas do setor de comércio; 99% das empresas do setor de serviço e 21 % do Produto Interno Bruto (ou R$ 189 bilhões).
SEBRAE/RJ - E para a geração de emprego e renda? Autores - As MPEs são responsáveis por 60% da oferta de emprego; 42% do pessoal ocupado na indústria; 80,2% dos empregos no comércio e 63,5% da mão-de-obra do setor de serviços. Enquanto multinacionais, conglomerados e empresas de grande porte reduzem suas participações no total de pessoas ocupadas nos diferentes setores econômicos, as MPEs tendem a aumentar essa participação relativa. Somente no Estado de São Paulo, entre 1995 e 1999,
cresceu de 64 % para 67 % do total das ocupações geradas no setor privado.
SEBRAE/RJ - Esses números reforçam a necessidade de se apoiar o setor? Autores - Os argumentos a favor das organizações tendendo ao pequeno porte passam pela afirmação de que em muitos ramos de negócios a economia de escala está declinando e perdendo sua importância que até então era inquestionável. Produtos inteligentes estão sendo miniaturizados e os mercados estão sendo fragmentados em nichos e segmentos de clientes. Esses clientes, agora, podem ser melhor conquistados através de TV a cabo, Internet e pela mídia dirigida do que pela, até então, tradicional mídia de massa.
SEBRAE/RJ - Como isso acontece? Autores - A produção em larga escala e a mídia padronizada estão sendo substituídas por produção personalizada, portais interativos, sites dirigidos, comércio eletrônico e demais recursos da rede mundial. A simples existência da Internet possibilita que MPEs operem, junto a clientes, fornecedores e demais entidades do mercado, como se fossem grandes organizações. Esta tendência no incremento da criação de novas ocupações pelas micro e pequenas empresas está associada a transformações que ocorrem naquelas grandes organizações.
SEBRAE/RJ - Que mudanças são essas? Autores - Entre essas mudanças, destacam-se investimentos na automação e renovação tecnológica dos processos produtivos, antes de uso intensivo de mão-de-obra, abrindo oportunidades para o surgimento de novos negócios. O incremento da terceirização, sub-contratando atividades tradicionalmente executadas na própria empresa, e o estabelecimento de estratégias de utilização de um núcleo permanente de pessoal especializado, complementado por grupo de pessoas que podem ser mobilizadas e descontratadas em função da flutuação da produção e demanda são outros fatores de transformação. Este cenário também induz o crescimento econômico dos setores de serviços e comércio, caracterizados pelo uso intensivo de mão-de-obra.
SEBRAE/RJ - Poderíamos traçar um perfil do pequeno empreendedor que inicia seu próprio negócio no país? Autores - Em ordem de importância, podemos destacar os motivos que têm levado um grande contingente de pessoas a abrir um negócio próprio: identificação de uma oportunidade de negócio; experiência anterior; desemprego; tempo disponível; capital disponível; insatisfação no emprego; demissão com indenização.
SEBRAE/RJ - E esses novos empreendedores obtêm sucesso? Autores - Infelizmente não. Cerca de 73% de MPEs não cumprem sua finalidade maior e não sobrevivem. Pesquisa Sebrae indica que a taxa de mortalidade empresarial variou de cerca de 30% até 61% no primeiro ano de existência da empresa; de 40% até 68% no segundo ano e de 55% até 73% no terceiro período do empreendimento.
SEBRAE/RJ - Diante desse alto índice de mortalidade, o que fazer então para se obter sucesso? Autores - Alguns fatores são preponderantes para uma administração bem sucedida: bom conhecimento do mercado onde se atua; existência de um bom administrador à frente dos negócios; uso de capital próprio ao invés da utilização de empréstimos financeiros e capital de terceiros e dedicação exclusiva do empreendedor (foco no negócio). O livro também destaca que a maneira de gerenciar as MPEs pode variar de região para região, uma vez que a gestão deste tipo de organização enfoca fatores de gerenciamento de forma diferenciada.
Fonte: SEBRAE

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